Covid-19: Banco Alimentar de São Miguel serve mais 200 famílias desde início da pandemia
2021-05-05 11:41:05 | Lusa
O Banco Alimentar Contra a Fome de São Miguel está a servir mais 200 famílias do que servia no início da pandemia, distribuindo aproximadamente 1.700 cabazes por mês, adiantou a presidente desta estrutura, Luísa César.
Ao todo, são distribuídos cerca de 1.700 cabazes por mês, sendo que cerca de 70% destes cabazes dizem respeito ao programa comunitário e os restantes provêm de donativos.
Em declarações aos jornalistas, a presidente do Banco Alimentar de São Miguel, Luísa César, afirmou que, “no ano passado, nos meses de março e abril, quando houve este choque” da pandemia de covid-19, “verificou-se uma grande necessidade por parte da população”, já que “pessoas que nunca tinham tido necessidade, de um momento para o outro, ficaram sem rendimentos”.
Os números mostram um pico de 792 sinalizações em abril de 2020, quando até ali estavam na casa das duas centenas.
“O Banco Alimentar, nessa altura, avançou – este e os outros Bancos Alimentares do país –, através de uma iniciativa que ainda está em funcionamento, que é a rede de emergência alimentar. Por essa via, foi possível angariar muitos alimentos, por parte de empresas, até particulares”.
Com o agravamento da crise, “as empresas têm dificuldades” em apoiar, mas aquela estrutura “mantém a sua resposta, à custa dos donativos”.
Luísa César admite que o Banco Alimentar de São Miguel “tem vindo a utilizar os seus fundos exatamente para comprar o necessário”, de forma a dar resposta a todos os pedidos.
A presidente da direção falava aos jornalistas durante a visita do vice-presidente do Governo Regional às instalações da organização, que este ano celebra 25 anos.
Artur Lima destacou a “importância do voluntariado” e “a importância destas instituições, quando existem situações sociais de necessidade”, como as que a pandemia de covid-19 veio agravar.
Sobre a pobreza na região, o governante disse que está a ser feita a “avaliação da estratégia que foi implementada de combate à pobreza [e à exclusão social]” pelo anterior Governo.
“Tem, naturalmente, aspetos positivos, que iremos aproveitar, e também queremos imprimir diferenças e introduzir modificações que possam melhor servir as pessoas”, explicou.
O responsável pela tutela da Solidariedade Social lembra que se está “numa altura de pandemia, em que não é possível fazer grandes alterações”, uma vez que é preciso “acudir às necessidades imediatas das pessoas”.
O centrista sublinhou ainda uma iniciativa do Banco Alimentar de São Miguel, “que é de não [só] dar o peixe, mas também ensinar a pescar, para que as pessoas possam ter as suas próprias hortas, cultivar os seus produtos, num projeto de sustentabilidade que é muito importante para as famílias”.
A iniciativa tem o “compromisso do Governo também de colaborar nesta missão, que é para o bem de todos e que é também do combate à pobreza, ensinando as pessoas, qualificando as pessoas, porque só assim é que se pode sair da pobreza”.
Essa é, também, a estratégia do Governo para reduzir o número de dependentes do Rendimento Social de Inserção (RSI) na região, recorda, dizendo que este subsídio “é uma ferramenta e um instrumento que deve ser usado para quem dele necessita”, mas que se deve “sempre qualificar as pessoas para que dele não venham a precisar, para que aqueles que precisem, na altura própria, o tenham”.