Covid-19: Açores adiam regresso às aulas para 10 de janeiro
2021-12-23 10:50:30 | LUSA
O regresso às aulas nos Açores, depois da interrupção de Natal, vai ser adiado para 10 de janeiro, à semelhança do que está previsto no continente português, revelou o executivo regional.
“As escolas, creches, jardins de infância, ATL [ateliês de tempos livres], centros de desenvolvimento de inclusão juvenil e centros de atividades ocupacionais, da rede pública e privada, passam a ter o reinício do seu ano letivo em 10 de janeiro”, adiantou o secretário regional da Saúde e Desporto, Clélio Meneses, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo.
A partir desta quinta-feira, indicou, encerram já “creches, jardins de infância, ATL, centros de desenvolvimento de inclusão juvenil e centros de atividades ocupacionais”.
Quando o Governo da República anunciou o adiamento do segundo período nas escolas do continente português, o executivo açoriano decidiu não alterar o calendário do ano letivo na região.
“A pandemia funciona ao dia e temos de fazer um acompanhamento permanente no local e no tempo e, nessa medida, entendendo a evolução recente da pandemia e a avaliação que é feita, foi determinado que o reinício do ano letivo é em 10 de janeiro”, justificou Clélio Meneses.
Questionado pelos jornalistas, o secretário regional garantiu que o executivo está já a trabalhar numa "resposta social para compensar os pais por esta determinação de saúde pública".
Já os idosos institucionalizados vão poder visitar as famílias neste Natal, mas terão de ser sujeitos a testagem ou a isolamento profilático no regresso ao lar, consoante a ilha em que se encontrem e consoante estejam ou não vacinados.
“Não há impedimento à saída, há é um conjunto de regras que devem ser cumpridas se tal acontecer e consoante a existência ou não de transmissão comunitária e o facto de os utentes estarem ou não vacinados”, frisou o diretor regional da Saúde, Berto Cabral.
As regras não mudaram desde agosto, mês em que foi publicada uma circular da direção regional da Saúde, mas neste período do ano têm surgido vários pedidos de esclarecimento.
Na ilha de São Miguel, a única do arquipélago em que está detetada a transmissão comunitária do SARS-CoV-2, os utentes vacinados têm de realizar um teste rápido no regresso à instituição e ficar seis dias em isolamento profilático, fazendo um segundo teste PCR ao sexto dia.
Já os utentes que não estejam vacinados têm de ficar em isolamento durante 14 dias, fazendo igualmente um teste rápido no regresso à instituição e um teste PCR no final desse período.
Nas restantes oito ilhas, os utentes vacinados são submetidos a um teste PCR no regresso ao lar e os não vacinados fazem um teste rápido e ficam em isolamento seis dias, fazendo no final desse período um teste PCR.
O o secretário regional da Saúde adiantou ainda que o número de farmácias e laboratórios em que é possível realizar testes de despiste do SARS-CoV-2 de antigénio, de forma gratuita, nos Açores será alargado em breve..
“Através de um processo de sensibilização junto da Associação Nacional de Farmácias, conseguimos o alargamento do universo de farmácias aderentes ao protocolo que permite a testagem gratuita através de teste de antigénio rápido”.
Até há algumas semanas, era possível apenas realizar testes gratuitos de antigénio nas ilhas de São Miguel e Pico, mas entretanto já aderiram ao protocolo farmácias em Santa Maria e Terceira, estando previsto também o alargamento à ilha do Faial.
Ao todo são 14 as farmácias que prestam este serviço nos Açores, sete em Ponta Delgada e quatro na Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, uma em Vila do Porto, na ilha de Santa Maria, uma em São Roque, na ilha do Pico, e uma na Praia da Vitória, na ilha Terceira.
Clélio Meneses disse que está também “terminado o processo administrativo para convencionar com laboratórios e clínicas a realização de testes rápidos de antigénio gratuitos”, mas não revelou em que ilhas.
O Governo Regional comparticipa atualmente quatro testes de antigénio gratuitos por mês.
Com a exigência de testes de antigénio ou PCR para acesso a eventos sociais, culturais e desportivos e a bares e discotecas, na ilha de São Miguel, é expectável que a procura aumente, mas o titular da pasta da Saúde nos Açores disse que não estão previstas falhas de stock.
“Há 250 mil testes já contratualizados pela região, que estão a ser distribuídos pelas várias unidades de saúde de ilha, no sentido de fazê-las chegar às entidades que estão protocoladas com a Associação Nacional de Farmácias ou às entidades convencionadas no âmbito da convenção que será realizada com laboratórios e clínicas, de modo a dar uma resposta adequada às necessidades”, revelou.
Os testes adquiridos pelo executivo açoriano serão também disponibilizados nos dois aeroportos com mais movimento na região.
“Está determinada a possibilidade de realização de testes voluntários à chegada do exterior aos aeroportos de São Miguel e Terceira, mesmo para quem tem certificado válido”, adiantou Clélio Meneses.
Quanto aos autotestes, o diretor regional da Saúde, Berto Cabral, admitiu que há falta de stock em algumas farmácias, mas ressalvou que o problema não é exclusivo dos Açores.
“O fornecimento de autotestes está muito difícil. Não é só na Região Autónoma dos Açores, é em todo o país, devido à elevada procura que teve, com o aumento de casos e, especialmente nesta altura, da quadra natalícia, em que há uma maior circulação de pessoas e visitas a familiares”, afirmou.
O secretário regional da Saúde adiantou, por outro lado, que “nas ilhas sem laboratórios privados” ou em que estes laboratórios estejam “encerrados”, por exemplo, na quadra de Natal, será possível realizar testes de despiste do SARS-CoV-2 nas unidades de saúde de ilha, “pagando uma taxa moderadora”.
A medida pretende assegurar que “as pessoas não se vejam impedidas de deslocar-se quando necessitam de teste”, explicou Clélio Meneses.
O titular da pasta da Saúde anunciou ainda que estão a funcionar nos Açores “duas equipas de evacuação aérea permanente”.
“Através deste serviço que é prestado e desta duplicação de possibilidade de evacuação de pessoas, cria-se uma capacidade do Serviço Regional de Saúde que também poderá ajudar a situações que nas ilhas sem hospital necessitem de algum tipo de evacuação por covid-19”, salientou.