Associação de Municípios do Pico defende ampliação rápida da pista do aeroporto
2022-02-16 10:54:49 | Lusa

O presidente da Associação de Municípios do Pico (AMIP), José António Soares, defendeu a rápida ampliação da pista do aeroporto daquela ilha dos Açores, como forma de permitir o crescimento do turismo e da economia local.

“O que queremos é que a pista seja ampliada o mais rapidamente possível”, frisou o autarca social-democrata, durante uma audição na Comissão de Economia da Assembleia Legislativa dos Açores, destacando também a “vontade” já manifestada pelo executivo regional de coligação (PSD, CDS-PP e PPM), em avançar com aquela obra.

José António Soares, que preside à Câmara Municipal da Madalena, alertou para os problemas que o eventual aumento da pista do Aeroporto do Pico poderá acarretar para a Paisagem Protegida da Cultura da Vinha, classificada pela UNESCO como património mundial, que atualmente circunda aquela infraestrutura aeroportuária.

“Não podemos pensar que chegamos ali e desbravamos todo o terreno”, advertiu.

O autarca recordou que a paisagem protegida da vinha do Pico “é qualquer coisa de extraordinário”, que não deve ser comprometido no futuro, embora entenda que é possível conciliar o aumenta da pista com a preservação da paisagem.

Também Rui Lima, presidente da Associação Comercial da Ilha do Pico (ACIP), igualmente ouvido pelos deputados, lembrou os constrangimentos que a atual pista tem provocado (sobretudo nas ligações diretas entre Lisboa e o Pico) para o crescimento da economia da ilha.

“Falamos, sobretudo, da operacionalidade dos A320 ou de aeronaves superiores, que têm constrangimentos conhecidos e visíveis, quer na questão do combustível, das cargas ou do número de passageiros”, lembrou o empresário picoense, adiantando que é possível “fazer uma obra a custos controlados”, beneficiando de fundos comunitários.

Segundo Ivo Sousa, coordenador do grupo de cidadãos “Aeroporto do Pico”, a ampliação da pista daquela infraestrutura aeroportuária em cerca de 700 metros de comprimento, permitiria eliminar as restrições de operacionalidade à maioria das aeronaves, e com um custo estimado de 30 milhões de euros.

“De acordo com o estudo que elaborámos, a ampliação da pista do Aeroporto do Pico, em cerca de 700 metros, poderá custar cerca de 30 milhões de euros”, explicou Ivo Sousa, adiantando que se a obra fosse comparticipada por fundos comunitários, em cerca de 85%, o custo da obra, para os cofres da região, não ultrapassaria 4,5 milhões de euros.

O coordenador do Grupo Aeroporto do Pico observou que, atendendo à média dos prejuízos verificados atualmente com o cancelamento dos voos nas ligações aéreas Lisboa/Pico, sobretudo devido ao mau tempo, o investimento na ampliação daquela infraestrutura “pagar-se-ia a si próprio”, num prazo de 15 anos.

Ivo Sousa destacou os dados estatísticos sobre o movimento de passageiros de e para o Aeroporto do Pico, que demonstram um “crescimento” de embarques e desembarques na ilha “superior à média regional”, o que demonstra a procura que a “ilha montanha” tem tido, sobretudo em termos turísticos.

Durante a visita estatutária do Governo Regional à ilha do Pico, em novembro de 2021, o presidente do executivo açoriano, José Manuel Bolieiro, anunciou que a região iria avançar com uma série de medidas cautelares nas zonas envolventes ao Aeroporto, para salvaguardar a futura ampliação da pista.

A pista do Aeroporto do Pico, com apenas 1760 metros de comprimento, obriga as aeronaves da Azores Air Lines, que asseguram as ligações diretas entre Lisboa e Pico, a operarem com restrições, não podendo utilizar com a lotação máxima de passageiros, carga e combustível, devido à reduzida dimensão da pista.

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