Bolieiro diz que legislatura nos Açores tem condições para ser cumprida até ao fim
2024-03-15 15:09:45 | LUSA
O presidente do Governo Regional dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) considerou hoje que a legislatura tem condições para ser cumprida até ao fim, com a aprovação do Programa do Governo Regional e a disponibilidade manifestada pelo Chega para o diálogo.
O Programa do Governo dos Açores, que foi discutido entre quarta-feira e hoje, na Assembleia Legislativa Regional, na cidade da Horta, foi votado favoravelmente pelos deputados dos três partidos que formam o executivo (23 do PSD, dois do CDS e um do PPM), teve a abstenção dos cinco eleitos do Chega, um do PAN e um da IL, e os votos contra dos 23 deputados do PS e o eleito do BE.
No final da votação, o líder do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, disse aos jornalistas que o sentido de voto do Chega não resultou de negociações, mas antes “foi a demonstração da disponibilidade, como aliás, também expressou o líder do Chega na sua intervenção e declaração final”.
“Eu demonstrei, como aliás sempre fiz de forma direta com o deputado José Pacheco (…), esta minha abertura para um diálogo que possa ter, desde logo nos documentos que são essenciais para concretizar o Programa do Governo e a estabilidade governativa, por referência às orientações de médio prazo, o que seria, obviamente, a disponibilidade para um entendimento plurianual”, declarou.
Com o Chega, disse que a coligação governativa pretende “encontrar pontos de convergência” e que, pela sua parte, estão reunidas as condições para a legislatura chegar até ao fim.
“Eu tenho sempre um ânimo de estabilidade. Sou um referencial de estabilidade, fazendo o que é estratégico e, portanto, sendo reformista e procurando mudar um paradigma do desenvolvimento dos Açores, em progresso”, explicou.
Também salientou que o trabalho terá de ser feito “em construção e em progresso”, sempre “de acordo com as possibilidades”.
“E essas possibilidades são, desde logo, a estabilidade e a governabilidade políticas na região, na nossa democracia autonómica, a estabilidade social e económica que queremos promover, bem como também disponibilidades financeiras”, acrescentou.
O líder do executivo açoriano também deseja a governabilidade e a estabilidade no país, porque tem direta influência no desenvolvimento dos Açores.
O líder do Chega/Açores, José Pacheco, explicou aos jornalistas que o partido absteve-se na votação do Programa do Governo por existir “uma abertura” da parte do presidente para um acordo: “Um entendimento em que possamos também participar na governação, no sentido de influenciar os próximos orçamentos e as linhas estratégicas e metas para os Açores”.
“É um processo que começa agora”, acrescentou, referindo que os Açores estão a dar o exemplo: “Eu penso que estamos a ser muito adultos nos Açores, estamos a deixar as nossas divergências de parte e estamos a colocar o futuro e o bem-estar da população em primeiro lugar, sem ninguém ter de abdicar de nada”.
Na próxima semana o Chega e o líder do executivo irão dialogar e “redigir um documento comum” onde constem “algumas preocupações como a habitação, o cuidar dos idosos, o combater a falta de demografia e também combater as fraudes no assistencialismo, especialmente no RSI [Rendimento Social de Inserção]”, adiantou.
Na sua opinião, o exemplo dos Açores também deve ser seguido na República: “Este país não suporta estarmos com birras de criança”.