Ordem dos Médicos nos Açores apela à inversão das “políticas autistas” na saúde
2016-04-22 09:38:49 | Lusa

Os representantes da Ordem dos Médicos nos Açores apelaram hoje ao presidente do Governo Regional para tomar medidas urgentes que invertam a “política autista e autodestrutiva” que dizem verificar-se no Serviço Regional de Saúde.

“Não é admissível esta política autista e autodestrutiva a que se vem assistindo no Serviço Regional de Saúde. Apelamos ao senhor presidente do Governo Regional dos Açores [Vasco Cordeiro] para que se tomem medidas urgentemente”, refere o comunicado do Conselho Médico dos Açores da Ordem dos Médicos, que não mereceu para já comentários do secretário regional da Saúde.

O documento adianta que têm sido acompanhadas com preocupação as medidas implementadas no setor da saúde na região, “imediatistas e inconsistentes”.

Estas medidas, acrescenta, têm conduzido a uma “deterioração da qualidade assistencial prestada às populações, aumentos de custos e crescimento das desigualdades no acesso a cuidados de saúde”.

“É inevitável e inegável a existência de uma generalizada insatisfação e desmotivação dos profissionais de saúde, particularmente da classe médica nas suas várias carreiras”, consideram, acrescentando que “são inúmeras as queixas que têm chegado à Ordem dos Médicos”.

Em concreto, são apontados exemplos de nomeações de chefias e outros responsáveis “com ausência de critérios técnicos suficientes ou de mérito, surdez e incapacidade de tomadas de decisão atempadas e/ou adequadas de responsáveis superiores, falta de diálogo, imposição de medidas de critério clínico suficientemente justificável e instituição de medidas persecutórias e chantagistas”.

Além disso as queixas recebidas dão conta de demissões sucessivas de responsáveis médicos (Unidade de Saúde, diretores de serviço, diretores de Bloco Operatório) e de outros especialistas, “silenciadas e sem respostas adequadas por quem de direito, bem como atraso nas novas nomeações”.

Os médicos denunciam também o desrespeito da tutela pela progressão nas carreiras médicas, a não valorização dos recursos médicos qualificados, a não renovação de contratos de profissionais médicos qualificados e “acusações públicas precoces” a médicos por parte do secretário regional da Saúde, Luís Cabral.

Contactada pela agência Lusa, a Secretaria Regional da Saúde adiantou que o governante “não se vai pronunciar para já” sobre as acusações que lhe são dirigidas.

 

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