Bombeiros profissionais de Angra do Heroísmo passam a assegurar serviços 24 horas/dia
2016-10-07 09:04:00 | Lusa
Os bombeiros profissionais de Angra do Heroísmo assinaram um acordo com a associação humanitária para terem melhores condições de trabalho e assegurar a prestação de serviços 24 horas, segundo o Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais (SNBP).
“Neste momento, há uma grande crise de voluntariado e isso estava a obrigar estes elementos a fazerem serviços de 25 horas seguidas”, salientou, em declarações à Lusa, Sérgio Carvalho, presidente do SNBP.
A Associação Nacional de Bombeiros Profissionais e o Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais assinaram, na quarta-feira, um acordo com a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Angra do Heroísmo, que prevê a reorganização do horário dos bombeiros.
Nos Açores, o Serviço Regional de Saúde financia as equipas que prestam serviços de emergência médica nas corporações de bombeiros, mas estas equipas asseguravam apenas o horário das 8:00 às 18:00, ficando o turno da noite a cargo de voluntários.
Como os bombeiros profissionais também prestam voluntariado, chegavam a prestar serviços 25 horas seguidas, acumulando turnos como profissionais e como voluntários.
Segundo Sérgio Carvalho, a solução encontrada já é praticada há muitos anos pelos sapadores no continente, mas foi adotada pela primeira vez nos Açores.
Com o acordo assinado, os turnos passam de oito para 12 horas, mas em contrapartida os bombeiros têm períodos de descanso assegurados.
“Se trabalharem 12 horas à noite, têm um descanso de 48 horas e se trabalharem 12 horas de dia têm 24 horas de descanso”, explicou o presidente do SNBP.
Os bombeiros profissionais comprometem-se a não reclamar o pagamento de horas extra (em média oito horas a cada quatro semanas), assegurando ainda a prestação de serviços no turno da noite no destacamento dos Altares, a 22 quilómetros do quartel, em Angra do Heroísmo.
Em contrapartida, a associação humanitária compromete-se a pagar o subsídio de turno, correspondente a 25% do vencimento base, que até à data não era pago.
Sérgio Carvalho salientou que existem outras corporações com situações de “desgaste” dos bombeiros, por falta de elementos, nos Açores e defendeu uma solução integrada na região, mostrando-se disponível para negociar com o Governo Regional.
“Era necessário regulamentar a atividade de todos os bombeiros e criar uma portaria para o setor. A que existe atualmente abrange apenas os serviços de saúde. Pode-se melhorar esta portaria e integrar outras carreiras”, frisou, alegando que, por exemplo, os bombeiros que prestam serviços nos aeroportos estão com excesso de trabalho.