Feira do livro do Outono Vivo na Praia da Vitória é a terceira com mais vendas em Portugal
2025-10-20 10:49:52 | Lusa

O festival literário Outono Vivo, que decorre na Praia da Vitória, apresenta a feira do livro com mais vendas no país, depois das feiras de Lisboa e Porto, disse sexta-feira a presidente da câmara.

“Nos últimos anos temos tido esta conquista e para nós é, sem dúvida, um motivo de orgulho. Com as editoras com quem trabalhamos conseguimos fazer o apuramento final e percebemos que, logo a seguir às feiras do livro de Lisboa e Porto, surgimos na terceira posição e isso deixa-nos uma satisfação imensa”, afirmou Vânia Ferreira em conferência de imprensa.

A 20.ª edição do festival Outono Vivo decorre de 24 de outubro a 09 de novembro, na cidade da Praia da Vitória, na ilha Terceira.

Um dos momentos altos é a feira do livro, este ano organizada em parceria com a editora e livraria Letras Lavadas, da ilha de São Miguel.

Estão previstos “cerca de 20 mil títulos, entre 80 a 100 editoras” e um total entre “50 a 60 mil livros”, indicou a autarca.

Segundo Vânia Ferreira, o festival, que comemora 20 anos, já marca o calendário cultural da ilha Terceira e dos Açores e tem um impacto que justifica o investimento do município.

“O investimento que vamos fazendo é sempre na tentativa de cativar algo diferenciado, ao nível dos escritores, e que de alguma forma possa tornar-se um ponto de referência para quem queira visitar os Açores, para quem gosta de livros, aprecia literatura e gosta de um momento cultural de qualidade”, frisou.

Em 2024, a presidente da Câmara da Praia da Vitória destacou a internacionalização do festival, que contou com a presença de escritores estrangeiros.

Este ano, não houve essa aposta, mas Vânia Ferreira disse manter “expectativas elevadas” sobre o sucesso do evento.

“Não podemos centrar-nos sempre nos mesmos patamares. Entendemos que de uma forma diversificada podemos anualmente ir fazendo isso e não deixa de ser um momento rico da mesma forma”, apontou.

A autarca disse que a sessão de abertura contará com a presença do secretário de Estado da Cultura, o que destacou como um sinal de “reconhecimento de que é um evento que tem ganho uma grande dimensão”.

Além da feira do livro, o festival Outono Vivo apresenta um cartaz cultural com apresentações de livros, debates, exposições, espetáculos musicais, cinema e provas de vinhos.

Entre os escritores presentes destacam-se João de Melo, Germano Almeida, Tânia Ganho, Rui Cardoso Martins, Vasco Pereira da Costa, Henrique Levy, João Garcia, Hugo van der Ding, Pedro Andersson, Maria Inês Almeida, Aníbal Pires, Paulo Noval, Pedro Ventura, Pedro Almeida e Maia e Carlos Borba.

A programação integra uma mesa redonda sobre os desafios da literatura cabo-verdiana, com a presença de Dina Salústio, primeira mulher cabo-verdiana a escrever e editar um romance no país.

Será também apresentado o cine-concerto “Documentário Terceirense”, com a exibição da primeira obra fílmica realizada na Terceira, um filme mudo, acompanhado musicalmente por Arsénio Martins ao piano e Paulo Cunha em contrabaixo.

Entre os destaques estão ainda um passeio turístico-literário sobre Vitorino Nemésio, natural da Praia da Vitória, e a celebração dos 75 anos da edição do livro Festa Redonda, do escritor.

Será ainda apresentado o livro do vencedor do Prémio Literário Vitorino Nemésio, lançado pela Assembleia Legislativa dos Açores.

O festival celebra as bodas de ouro da vida literária de João Melo, com a apresentação dos livros “As Novas Fases da Lua” e “A Nuvem no Olhar”, com a presença do escritor.

Presta ainda homenagem ao escritor terceirense Álamo Oliveira, que morreu este ano, com uma conversa sobre a sua vida e obra.

O investimento do município no cartaz cultural do festival é de 50 mil euros, semelhante ao de edições anteriores, segundo a autarca.

Esta é a primeira edição da feira do livro organizada em parceira com a Letras Lavadas.

Segundo Vânia Ferreira, com a internalização da cooperativa Praia Cultural, o município teve de abrir um concurso público para a gestão desse espaço, que ficou deserto.

“Não houve interessados entre os livreiros da ilha. Obrigou-nos a fazer uma prospeção e perceber como poderia ser ultrapassado esse momento. A Letras Lavadas mostrou o seu interesse e disponibilidade. É alguém que já tem caminho feito, com grande conhecimento, uma editora já sobejamente conhecida, mas também com um trabalho dinâmico, diferenciado, ao nível das redes sociais e que pode ajudar-nos a dar um impulso diferenciado a este festival”, salientou.

O responsável da livraria, Ernesto Resendes, disse que a Letras Lavadas se propõe “apresentar novas editoras, novos autores, novos livros regionais e muita diversidade para crianças e adultos”.

“Este festival, sendo o terceiro maior do país, tem ganho cada vez mais notabilidade e qualidade, sendo seu objetivo evoluir, ano após ano, e melhorar diversos aspetos”, vincou.

Uma das novidades desta edição é a possibilidade de aquisição de livros da feira, sem deslocação ao recinto, através do WhatsApp, com envios para o mercado nacional, sem custos adicionais.

Notícias Relacionadas Horizonte