Governo dos Açores e associação de empresários combatem violência nas escolas
2016-10-20 08:23:54 | Lusa
O Governo dos Açores e a associação de Empresários pela Inclusão Social (EPIS) estão a desenvolver um projeto que visa combater a violência e promover a cidadania nas escolas com o 3º ciclo.
“Este projeto nasce de uma protocolo entre a Direção Regional da Educação e a EPIS, pretendendo-se combater a violência e promover a cidadania em meio escolar, com base em valores que estão já esquecidos”, declarou à agência Lusa a professora Ana Martins.
A docente é a coordenadora do programa de combate à violência em meio escolar, na EBI dos Arrifes, concelho de Ponta Delgada, bem como de todas as escolas da ilha de São Miguel envolvidas, que são 15 das 22, estando as restantes sete localizadas na ilha Terceira.
Ana Martins declarou que o projeto surge no âmbito do Prosucesso, programa do executivo açoriano que visa combater o insucesso escolar.
A coordenadora apontou a necessidade de promover valores como a tolerância, solidariedade, empatia e respeito pelo semelhante, considerando que nas escolas se assiste a uma “violência explícita" que "contempla a agressão física deliberada”, bem como outra, “mais encoberta, como a verbal, da humilhação, da linguagem do ódio”.
A coordenadora do programa declarou que o projeto envolve toda a comunidade escolar dos 22 estabelecimentos de ensino, como os agregados familiares, professores, psicólogos e outros técnicos da rede local.
O projeto, adiantou, contempla duas redes, uma de transformação interna, que engloba toda a comunidade escolar, envolvendo os presidentes dos conselhos executivos, que são os primeiros responsáveis pela sua implementação, um coordenador, uma equipa de mentores, composta por professores, técnicos superiores e assistentes operacionais.
Ana Martins explicou ainda que esta equipa é responsável pela dinamização do futuro plano estratégico de ação que “resultará dos indicadores que forem fornecidos”, resultantes das problemáticas que forem identificadas.
“A equipa terá no terreno a responsabilidade de preparar uma série de ações, tendo a rede interna representantes dos diretores de turma, dos alunos, dos assistentes operacionais e associação de pais”, declarou.
A professora apontou que a rede de transformação externa será “abrangente e transversal às famílias, bem com às instituições da comunidade”, visando envolvê-las.
Ana Martins disse ainda que o projeto se encontra numa “fase de preparação para a implementação” do plano estratégico de ação, a par da ativação dos gabinetes de combate à violência, que serão os impulsionadores das atividades.
“Já procedemos à criação e formação da equipa de mentores e coordenadores. O projeto já foi apresentado a toda a comunidade escolar, no Conselho Pedagógico, designadamente aos professores, pais, alunos e assistentes operacionais, estando neste momento a decorrer um inquérito sobre o índice de bem-estar”, disse.
O plano estratégico de ação será enviado até 31 de outubro à Direção Regional da Educação e à EPIS.