Incineradora só avança em São Miguel, se for construída hídrica reversível
2016-11-23 09:38:58 | Lusa
O presidente do conselho de administração da Associação de Municípios da Ilha de São Miguel (AMISM) disse que a construção da incineradora de resíduos só avançará se a elétrica açoriana avançar com a central hídrica reversível.
“Avaliamos todos os prós e contras e a decisão que se tomou, por unanimidade, foi que o projeto terá viabilidade se houver uma central hídrica reversível”, declarou aos jornalistas, Ricardo Rodrigues, no final da reunião da Assembleia Intermunicipal da AMISM, na Ribeira Grande, ilha de São Miguel.
O socialista Ricardo Rodrigues, que preside ao município de Vila Franca do Campo, e o social-democrata que lidera a Câmara Municipal da Ribeira Grande, Alexandre Gaudêncio, divergiram publicamente, numa conferência sobre ambiente, sobre as soluções para tratar os resíduos de São Miguel, na sequência de uma sugestão da Quercus.
O líder da AMISM, após o debate que se gerou na última Assembleia Intermunicipal, referiu que foi decidido deixar em aberto as soluções para os resíduos sólidos de São Miguel e discuti-las numa reunião agendada para hoje.
Ricardo Rodrigues disse vai agora reunir com a Empresa de Eletricidade dos Açores (EDA) e o Governo dos Açores, que detém a maioria do seu capital social, para apurar se a central hídrica reversível vai ou não avançar.
O responsável pela AMISM recordou que a incineradora de resíduos “só será viável” se for vendida energia à EDA no âmbito do tratamento dos resíduos, uma vez que não existe atualmente a possibilidade de colocar mais energia na rede pública nas atuais condições.
Ricardo Rodrigues declarou que houve consenso sobre a forma de tratamento dos resíduos a adotar, admitindo, no entanto, que vão ser “introduzidas melhorias no projeto”, uma vez que, depois de dois anos sobre o seu início, existem novas tecnologias que podem ser aproveitadas.
O presidente da AMISM reiterou que o programa operacional dos Açores para 2014-2020 possui uma verba inscrita para a construção da central hídrica reversível, mas se esta não avançar “há um problema para resolver para o qual não há solução neste momento”.
O autarca disse que o concurso público para a construção da incineradora, aprovado em setembro de 2014, pela Assembleia Intermunicipal, por unamidade, vai ficar suspenso, não sendo assim anunciada nenhuma decisão aos concorrentes.
O presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, também em declarações aos jornalistas, declarou que decisão “está agora do lado do Governo” se este avançar com a central hídrica reversível para acumular energia que venha a ser “eventualmente produzida” de uma incineradora.
“Houve abertura do conselho de administração da AMISM para dentro do processo de incineração ser revisto algum tratamento mecânico biológico (TMB) que seja mais eficiente para a produção de energia”, disse Alexandre Gaudêncio, que considerou esta como "uma vitória".