Açores pedem abordagem “mais rápida” para resolver questões ambientais nas Lajes
2016-12-01 09:21:57 | Lusa
O presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, defendeu a necessidade uma abordagem “mais eficaz e mais rápida” na resolução de questões ambientais na base das Lajes, na ilha Terceira.
“Foi salientada a necessidade de uma abordagem mais eficaz e mais rápida relativamente às questões que nesse âmbito [ambiental] se colocam”, afirmou Vasco Cordeiro, após a reunião da Comissão Bilateral Permanente entre Portugal e os Estados Unidos, que decorreu ontem em Sintra.
O chefe do executivo regional referiu que a questão das infraestruturas também foi abordada na reunião, dado que estão “num processo de determinação da sua posse”, na sequência da decisão de redimensionamento das forças norte-americanas na base.
Vasco Cordeiro reiterou que o facto de todo o processo de redimensionamento da presença militar norte-americana ter decorrido sem despedimentos de trabalhadores portugueses na base, mas por mútuo acordo, é “algo positivo”, assim como a cooperação com os Açores num conjunto variado de áreas, como a comercial e a de investigação.
O projeto do “Air Center”, a instalar na base das Lajes, alargando a importância da região no âmbito não apenas da relação bilateral com os Estados Unidos da América (EUA), mas também da projeção externa de Portugal, aos domínios da ciência e do conhecimento, foi uma matéria que Vasco Cordeiro considerou ser “particularmente relevante”.
O presidente do Governo Regional adiantou que, em 2017, perspetiva-se nos Açores a realização de uma conferência sobre o projeto “Air Center”, que permitirá ao arquipélago tornar-se um “espaço aglutinador de competências e difusor de conhecimento sobre áreas tão diversas como atmosfera, espaço, entre outras”.
Embora não tenha sido matéria em discussão, Vasco Cordeiro revelou que foi abordado o processo de transição da administração Obama para a administração Trump, assunto que é acompanhado pelos “impactos que poderá ter na relação entre Portugal e os Estados Unidos da América, que tem na base das Lajes um dos seus pilares essenciais”.
Na sequência do anúncio, a 08 de janeiro de 2015, da redução da presença norte-americana nas Lajes, os Açores apresentaram um plano de revitalização económica da Terceira no qual pedem ao Governo nacional que assegure junto dos EUA 167 milhões de euros anuais, durante 15 anos, para a ilha.
Mais de metade dessa verba - 100 milhões de euros anuais - tem como destino a "reconversão e limpeza ambiental" de infraestruturas e terrenos construídos e ocupados pelos Estados Unidos ao longo dos mais de 60 anos, alguns deles com problemas já diagnosticados de contaminação.