Vento forte provoca danos em 50 campas cemitério de Ponta Delgada
2017-01-25 14:28:00 | Lusa
O vento forte que se fez sentir na última noite em Ponta Delgada, Açores, provocou danos em cerca de meia centena de campas do cemitério que serve as freguesias de São Roque e Livramento, foi hoje anunciado.
“Há 25 campas seriamente danificadas e outras 25 com pequenos danos”, afirmou à agência Lusa o presidente da Junta de Freguesia de São Roque, Pedro Moura.
Segundo Pedro Moura, as campas mais danificadas foram “afetadas pela queda de uma árvore e pelo levantamento de grades provocados pelo vento”.
“Foi um fenómeno meteorológico muito localizado que atingiu o cemitério, propriedade e gerido pela Junta de São Roque, mas também danificou a cobertura de algumas casas na freguesia”, adiantou.
Pedro Moura explicou que está a ser feito o levantamento dos danos, a identificação das famílias proprietárias das campas e a limpeza dos estragos para que “o cemitério volte à normalidade possível esta tarde”, mas as reparações nas campas devem demorar duas semanas.
O coordenador da Proteção Civil do município de Ponta Delgada, Pedro Azevedo, referiu que, após a avaliação da situação, ficou a ideia de que possa ter havido um “pequeno tornado que provocou a queda de uma árvore que colapsou para cima de diversas campas e o próprio vento também provocou alguns danos na estrutura” de várias campas.
Pedro Azevedo referiu ainda que “a chuva e vento fortes obrigaram à retirada de uma família de três pessoas de uma habitação da freguesia do Livramento".
O diretor da delegação regional dos Açores do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), Diamantino Henriques, admitiu a hipótese de ter ocorrido “um evento de vento extremo”.
“Não temos para já um sistema de deteção com uma resolução tão elevada que possa detetar esses fenómenos que são muitíssimo localizados. Por outro lado, a situação meteorológica que poderá ter causado esta situação, era uma situação que já estávamos a acompanhar, tínhamos um aviso amarelo em vigor. Estava prevista precipitação intensa e vento forte, mas não prevíamos situações para ocorrências de tornados”, esclareceu Diamantino Henriques.
Segundo o responsável pelo IPMA nos Açores, não será possível identificar se se tratou de um tornado, tendo em conta que já foram feitos trabalhos de limpeza no local e as fotografias que circulam nas redes sociais “não são muito esclarecedoras em relação à extensão e orientação dos destroços”.
Diamantino Henriques informou que as rajadas de vento não provocariam estragos desta natureza, sendo que foi registada uma na ordem dos 92 km/hora.
“Pode ter sido um outro evento associado à precipitação intensa, em que pode haver um escoamento preferencial numa determinada direção e quando isso acontece a destruição pode ser semelhante a um tornado”, referiu.