Festival Tremor provoca “sismo cultural” na ilha de São Miguel
2017-04-03 11:27:06 | Lusa
Um “sismo de cultura” vai abalar São Miguel, a partir de terça-feira e durante cinco dias, num festival que tem por objetivo mostrar a ilha ao mundo.
“Além de trazer o mundo para São Miguel, o Tremor mostra São Miguel ao mundo”, afirmou à agência Lusa António Pedro Lopes, codiretor artístico do festival, alegando que “não é só o São Miguel bonito, icónico, das paisagens, comidas incríveis e comunidades acolhedoras, mas também a sua cultura contemporânea e os seus artistas” que se dão a conhecer.
A 4.ª edição do Tremor, que decorre de 04 a 08 de abril, tem este ano programados mais de 60 eventos, em mais de 30 espaços, com concertos surpresa em locais inesperados, interações com a paisagem, ações de formação, festas de rua e residências artísticas, entre outras iniciativas.
“Trata-se de um sismo, um terramoto ou um tremor de cultura, que começa em Ponta Delgada, mas alastra e tem outras consequências pela ilha toda, uma vez que o festival, cada vez mais, ocupa lugares diferentes”, referiu à Lusa António Pedro Lopes, considerando que este evento é “um bom cartão-de-visita para ficar a conhecer a cultura açoriana”.
O codiretor artístico do festival adiantou que a organização tem sido “muito contactada” por pessoas dos Estados Unidos da América, Inglaterra, França, Espanha, Holanda e Alemanha, sendo que os primeiros bilhetes postos à venda, em novembro, “esgotaram muito rapidamente”.
Segundo disse o responsável o Tremor, além do impacto cultural, tem também, cada vez mais, uma “consequência económica importante” para as empresas locais.
“São camas, voos, refeições, serviços turísticos e o comércio tradicional da cidade. É economia que se gera num período curto, mas intenso”, alegou António Pedro Lopes, adiantando que os artistas nacionais e internacionais começam a chegar a São Miguel.
A sessão de abertura do festival, na terça-feira, vai decorrer na Vila de Rabo de Peixe, concelho da Ribeira Grande, com uma atuação da escola de música local e projeção do documentário sobre o 'hip hop' açoriano, denominado “AZ-RAP: Filhos do Vento”, da Red Bull Media House.
“Vai decorrer no armazém de um armador, que é um estaleiro de construção de traineiras. Para nós é toda uma situação feliz”, revelou António Pedro Lopes, acrescentando que a Escola de Música de Rabo de Peixe vai interpretar música do 'rapper' açoriano Sandro G.