PCP acusa autoridades regionais e nacionais de "desarticulação" quanto às questões da Base das Lajes
2017-05-15 11:17:25 | Lusa
O PCP/Açores considerou existir “uma desarticulação” entre os Governos regionais e da República, quanto às questões da Base das Lajes, com “prejuízos e problemas" para trabalhadores, para a Praia da Vitória, a Terceira e a região.
“Em todo este processo, fica por demais evidente a enorme falta de articulação e comunicação entre as várias entidades, nomeadamente, Governo Regional e Governo da República (…)”, afirmou o coordenador regional do PCP, Vítor Silva, em conferência de imprensa, para divulgar as conclusões da reunião do secretariado da direção regional do partido.
O presidente do Governo dos Açores participou, na quinta-feira, em Washington, na 37.ª reunião da Comissão Bilateral entre Portugal e os Estados Unidos, uma reunião que Vasco Cordeiro considerou insatisfatória tendo pedido uma intervenção do governo nacional.
Para o dirigente comunista açoriano, "as notícias que vieram a público" desta mais recente reunião "parecem, infelizmente, confirmar" que as autoridades norte-americanas vão continuar a sua "política em relação ao grave passivo ambiental que deixaram na Base e na ilha Terceira".
“A situação atual resulta da subserviência permanente e continuada dos representantes do Estado português perante os EUA, uma atitude que tem resultado em prejuízos e problemas para os trabalhadores da Base das Lajes, para o concelho da Praia da Vitória, para a ilha Terceira e para região”, acusou, lamentando que a parte que cabe aos EUA, quanto às medidas de revitalização da economia da Terceira, "pareça estar destinada a ficar sem qualquer concretização".
Acrescentou que "a mais importante medida de apoio às populações, a majoração dos prazos e valores dos apoios sociais, que resultou de uma proposta do PCP, contínua por ser efetivamente aplicada”.
O PCP/Açores alertou ainda para "a situação" dos moradores do Bairro de Santa Rita, onde os norte-americanos construíram as habitações para os militares da base das Lajes residirem, que "vivem numa anguústia permanente, pela falta de informação" e "sujeitos a processos de despejo a qualquer momento", tendo Vítor Silva indicado que foi solicitada uma reunião com o autarca da Praia da Vitória.
"Enquanto os americanos fazem o seu trabalho de casa e vêm muito bem preparados, a parte portuguesa normalmente trata essas situações em cima do joelho e, quando assim é, os resultados são quase sempre muito maus", disse.
Outra das questões analisadas foi “a precariedade” laboral que, segundo Vítor Silva, “continua a atingir os trabalhadores açorianos”, alegando que existem "mais de 7.200 pessoas, dados oficiais do Instituto Nacional do Emprego (INE)", em "programas ocupacionais".
Em situação de "trabalho a tempo parcial, de pessoas que prestam apenas duas, três e quatro horas por dia, já são mais de 6.000 pessoas na região" apontou.
Quanto às carreiras dos trabalhadores da Administração Pública que, "no continente, iniciaram um processo de negociação com vista ao descongelamento e reposição do seu direito à progressão na carreira", o dirigente do PCP/Açores referiu que "nos Açores, o Governo Regional não deu qualquer sinal ou indicação de estar disponível para um processo idêntico".
Sobre as eleições autárquicas, Vítor Silva salientou que o objetivo é ter o processo “resolvido em junho”.