Número de deportados dos EUA e Canadá para os Açores diminuiu.
2017-08-22 11:23:02 | Lusa
O número de cidadãos deportados dos Estados Unidos e do Canadá para os Açores diminuiu o ano passado 65% face a 2011, ano em que 63 pessoas foram repatriadas, revelou hoje o diretor regional das Comunidades.
“Há uma tendência decrescente relativamente às deportações. Acho que, acima de tudo, o fator deve-se muito a esta consciencialização por parte da nossa comunidade da importância da aquisição da nacionalidade”, afirmou à agência Lusa Paulo Teves.
Segundo dados da Direção Regional das Comunidades dos Açores, em 2011 chegaram ao arquipélago dos Açores 63 cidadãos deportados daqueles dois países, enquanto em 2012 foram 59 e no ano seguinte 37.
Em 2014, foram 24 os açorianos deportados, atingindo-se no ano seguinte o valor mais baixo dos últimos anos, 21.
O ano passado esse número subiu para 23 e, este ano, até ao último domingo, foram 16 os açorianos deportados daqueles dois países, situações que se deveram a permanência ilegal naqueles países e criminalidade.
Questionado se acredita que o número de deportações vai continuar com tendência decrescente, Paulo Teves responde afirmativamente, observando não ter havido “nenhuma alteração à lei da imigração nesses dois países” e insistindo numa “maior consciencialização” por parte da comunidade açoriana residente no estrangeiro.
“Acho que a nossa comunidade, cada vez mais, é muito mais informada daquilo que são os seus direitos e da importância de terem um papel muito ativo nas sociedades onde estão inseridas”, adiantou.
Por outro lado, Paulo Teves destaca o trabalho de organizações que trabalham junto das comunidades açorianas nesses dois países, as quais revelaram à Direção Regional das Comunidades dos Açores existir “um aumento de procura de informações” sobre a legalização.
O diretor regional das Comunidades dos Açores referiu, ainda, a criação, nos Estados Unidos e no Canadá, em 2011, do “Legal Program”.
“Esse programa foi, de uma forma muito maciça, [anunciado] não apenas nessas organizações tradicionais de intervenção social, mas tudo o que eram outras organizações culturais, sociais, desportivas, recreativas, irmandades do Espírito Santo, igrejas, falaram sobre o tema, com cartazes e com panfletos”, referiu, adiantando que entre estas entidades muitas já trabalhavam nos cursos de cidadania e de inglês, para os processos de naturalização dos imigrantes.
Na mesma altura, foi também realizada uma campanha com a transportadora área açoriana SATA e agências de viagens do arquipélago.
Neste caso, quem comprasse uma passagem para Estados Unidos da América ou Canadá ao abrigo da isenção de vistos recebia informação sobre os direitos do visto, acrescentou Paulo Teves.