Museu nos Açores quer aumentar acervo de imagens da baleação e pede ajuda à população
2017-10-03 10:48:26 | Lusa
O Museu dos Baleeiros, nos Açores, está a convidar a população a disponibilizar imagens antigas da baleação, atividade económica de grande importância para a ilha do Pico nos séculos XIX e XX.
À agência Lusa, o diretor do Museu do Pico, que tem sob a sua alçada os museus dos Baleeiros, da Indústria Baleeira e do Vinho, explicou que a iniciativa decorre de uma parceria com a empresa Comunicar Atitude, sediada na ilha, e no âmbito do ciclo documental “Baleeiros do Mundo”, que prossegue este mês.
Segundo Manuel Costa Júnior, a empresa fez “uma colheita vasta sobre documentários fílmicos relacionados com a cultura baleeira no mundo” e propuseram que no auditório do Museu dos Baleeiros se fizesse a sua exibição.
O diretor adiantou que “faria sentido, perante a riqueza documental e patrimonial das imagens que vinham de todo o mundo, das ‘baleagens’ europeias, americanas, asiáticas, aproveitar o momento em que se fazia o visionamento desses filmes” e dos documentários históricos para pedir às pessoas que “tivessem fotografias, ou imagens, ou vídeos ou filmes relacionados com a cultura baleeira no mundo”, para os ceder ao museu.
“Essa recolha fortaleceria o Museu do Pico e, ao mesmo tempo, salvaguardaria, também, esse património que pode vir a perder-se”, justificou Manuel Costa Júnior, referindo que cabe àquela empresa e ao museu a digitalização das imagens fornecidas.
Segundo o responsável, o Museu dos Baleeiros “tem um acervo muito grande de imagens”, em chapas de vidro, papel e película, e “milhares de imagens em suporte digital”, algumas de coleções particulares.
“É um banco de imagens complexo na medida em que tem uma variedade muito grande de imagens relacionadas com a cultura baleeira e o imaginário baleeiro dos Açores”, adiantou, realçando que “a hegemonia dessas imagens é da cultura baleeira regional”.
O ciclo documental “Baleeiros do Mundo”, que arrancou em abril, continua na quinta-feira com a exibição de excertos dos filmes “Quando o mar galgou a terra”, de 1954, filmado nas Furnas, na Ilha de São Miguel, e “Caça à baleia” nos Açores, filmado em 1969.
Nesse dia, pelas 21:00 locais (mais uma hora em Lisboa), os visitantes podem ainda ver imagens inéditas intituladas “Navegar é preciso”, filmadas ao largo das Lajes do Pico, na década de 80, sem som e a cores, e o documentário sobre a baleação na Madeira “Pela sobrevivência”.
Já no dia 26, está prevista a exibição de “Nantucket’s Whaling Years”, “After the Whale” e “Os últimos baleeiros”, este de 1980 e filmado na ilha do Pico.
Instalado nas antigas casas de botes baleeiros, o museu foi inaugurado em 1988 e retrata a atividade baleeira que prosperou na ilha entre o século XIX e os anos 80 do século XX. Anuncia-se como “o único em Portugal especializado na baleação artesanal, estacional e costeira”.
O Museu dos Baleeiros é o mais visitado dos Açores, tendo em 2016 ultrapassado os 30 mil visitantes.