Conhecer o triângulo açoriano a correr para depois voltar
2016-10-10 11:09:58 | Lusa

As ilhas do triângulo, Pico, São Jorge e Faial, foram apresentadas a mais de meia centena de corredores, na segunda edição do Azores Triangle Adventure, numa rápida experiência que convida ao regresso.

“Passámos por trilhos fantásticos, paisagens belíssimas, mas não chegou para conhecer as ilhas, que parecem muito selvagens e, claro, gostava de voltar, porque não”, disse à agência Lusa o francês Baronian Thibaut, vencedor da prova de 98 quilómetros pelos trilhos das três ilhas, percorridos entre sexta-feira e domingo.

Thibaut foi o mais rápido nas três etapas, gastando uma média de três horas por dia, um pouco mais apenas na primeira jornada, muito por causa da inédita chegada de uma prova desportiva ao ponto mais alto de Portugal, no alto da montanha do Pico.

A vontade de voltar é partilhada pela austríaca Sandra Koblmueller, uma atleta de triatlo de todo-o-terreno, conhecido em Portugal como 'X-Terra', que regressou a terras lusas depois de uma prova em Oeiras e de umas férias no Algarve, para vencer a competição açoriana, em cerca de 11 horas.

“Esta prova não é apenas competição, acho que também é turística. As três ilhas são fantásticas e totalmente diferentes, o primeiro dia no Pico foi espetacular chegar ao local mais alto de Portugal, São Jorge muito verde e bonito e o domingo [no Faial] também foi muito diferente por causa do mau tempo”, referiu Sandra Koblmueller, após concluir a maior tirada da prova, que foi encurtada da subida à Caldeira, por condições de segurança.

Para estes dois dos nove atletas estrangeiros presentes foi uma experiência inovadora a disputa de uma prova por etapas em dias seguidos, com uma logística complicada e muitas condicionantes, como o transporte diário entre ilhas e instabilidade das condições climatéricas.

“É uma satisfação organizar uma prova destas, mas é um desafio constante, porque temos de enfrentar inúmeras variáveis, como o estado do mar para as deslocações entre ilhas e do clima para os percursos”, frisou Mário Leal, o responsável da Azores Trail Run, admitindo que o número de participantes não poderá exceder a centena para assegurar a satisfação.

A segunda edição da corrida pelos trilhos do triângulo levou meia centena de aventureiros a percorrerem três etapas, viajando de barco para cada uma delas durante a manhã da corrida.

“Junta-se a competição e ao lazer, com a oportunidade de conhecer os trilhos das ilhas, e atrai os atletas mais competitivos. Se fazer um ‘trail’ já é difícil, fazer três seguidos, cada um com quase 2.000 metros de desnível positivo acumulado, é desafiante, mas acho um conceito interessante”, realçou o atleta madeirense, terceiro na geral.

As despesas de participação nesta prova rondam os 500 euros, um valor dado por bem empregue por grande parte dos aventureiros, cuja avaliação também cumpre o desígnio de promover a região estabelecido pela organização.

“Fiz tudo o que gosto de fazer: correr, comer e dormir num sítio espetacular. Mas, definitivamente, quero voltar para ver as baleias, mas, para já, adorei a comida e as pessoas, que foram muito simpáticas… acho que deve haver muito mais a conhecer e vai valer a pena voltar”, rematou Sandra Koblmueller, atestando que, se a corrida está na moda, os Açores detém uma espécie de ‘alta-costura’ dos trilhos.

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